Conheça a história da BGL, que completa 60 anos e é a líder nacional de seu setor
Empresa do Interior de São Paulo cresceu e se estabeleceu como referência por apostar na qualidade de maneira irredutível
É possível para uma empresa de médio porte, localizada no Interior, estabelecer-se de forma indiscutível como líder nacional na fabricação de um produto essencial para os mais diversos segmentos industriais? Para responder a essa pergunta, é preciso conhecer a história da BGL.
Criada por Esio Bertoloto, então um jovem empreendedor, para fabricar buchas para rolamentos em 1957, em Limeira (SP), a companhia comemora seus 60 anos em agosto como referência em sua área de atuação. Detentora de mais de três quartos do mercado brasileiro de buchas para rolamentos industriais, também produz porcas de fixação e de precisão, arruelas de trava, porcas hidráulicas, chaves de gancho e tubo de extensão e bomba hidráulica.
Com clientes em mais de 20 países de todos os continentes, com destaque para EUA, Chile e Canadá, a BGL agora mira o mercado europeu, que a ela vem se abrindo cada vez mais. Um cenário que Esio, quando, aos 18 anos, deu início à sua fábrica, imaginara apenas como um sonho distante. Sonho que começou a se tornar realidade quando comprou seu primeiro torno e o instalou nos fundos de sua casa, fundando a Metalúrgica Santa Terezinha. Que, anos mais tarde, iria se tornar a Bertoloto e Grotta Ltda. O Grotta no nome é de Warley Grotta, ex-contador da empresa, que veio a ser sócio de Esio e foi decisivo para mudar a empresa de patamar e a estabelecer como referência desde aquela época.
Juntos, os dois enfrentaram épocas difíceis, quando a concorrência era dura. Nunca abriram mão, porém, da qualidade. Mesmo que, para isso, tivessem que enfrentar os preços mais baixos praticados por outras empresas do setor, que não tinham tanta preocupação com a excelência. Um dos pulos do gato da dupla foi optar por uma matéria-prima inédita no país, o Nodular, específico para as buchas, que, devidamente patenteado, permitiu significativo ganho em agilidade com substancial incremento na qualidade do produto.
A produção cresceu, mas a demanda aumentou ainda mais. A solução: ter o controle total da produção, verticalizando todo o processo. Um passo importante nesse sentido foi a instalação de uma fundição, o que possibilitou triplicar o volume produzido e diversificar as opções à disposição dos clientes. “Dominar o processo de fabricação desde a matéria-prima até o produto acabado foi um diferencial importante”, atesta o economista Warley Grotta Júnior, que assumiu a direção da empresa em 1993, juntamente com o engenheiro Esio Drago Bertoloto, ambos filhos do sócios.
Se desde o começo a BGL – iniciais que passaram a identificar a companhia – era organizada, o reconhecimento oficial da qualidade se deu com a certificação da norma ISO9001, em 1999. Para chegar a esse objetivo, a empresa criou até mesmo um supletivo para alfabetizar os funcionários analfabetos. “Teve gente que tinha certeza que iria morrer sem saber ler e escrever e foi alfabetizada. Na formatura, estavam todos muito contentes, e houve quem chorou de emoção. Confesso que eu também”, conta Warley.
Além do desenvolvimento profissional e pessoal de seu quadro de funcionários, também sempre foi preocupação da BGL a preservação do meio ambiente. Tanto que foi uma das empresas de Limeira que se cotizaram para construir o Aterro Sanitário que beneficia a população da cidade até hoje. Além disso, em sua planta – desde os anos 70 instalada em uma área de 13 mil metros quadrados, numa das regiões, hoje em dia, mais nobres de Limeira – a BGL conta com exaustores com filtro e lavador de gases, que tornam os fumos gerados na fundição inertes ao meio ambiente. Um sistema bastante elogiado pela Cetesb devido à sua eficiência.
Para se manter firme na liderança do mercado, a BGL faz pesquisas de satisfação há décadas e ouve os clientes em absolutamente tudo. “Mudamos muito ouvindo o que eles nos dizem que está errado. Reclamação tem que ser agradecida. Ela mostra que o cliente, que poderia simplesmente ir embora, se preocupa com seu fornecedor. Se ele reclama, é porque vê que a empresa tem condições de corrigir e o atender”, argumenta Warley. “Hoje somos citados por muitos clientes como o melhor fornecedor que eles têm. E sabe o que a BGL faz? O básico, que é prometer e cumprir”.
“Um dos motivos que faz nossa empresa dar certo é nossa inquietude. Não sabermos ficar parados”, destaca Esio, o outro representante da “nova geração”. “Para nós, nunca está bom, sempre tem o que melhorar. Procurar fazer melhor, escolher processos melhores, isso funciona desde a época do meu pai. Além disso, estamos sempre atentos ao que tem de novidade, seja para trazermos para os nossos processos, seja para fabricamos produtos novos”.
A BGL valoriza seus colaboradores, que participam dos resultados que todos ajudam a conquistar ano a ano. Se o ambiente de trabalho é bom produz-se com mais qualidade, enfatizam os diretores.
Diante de tudo isso, é possível responder com “sim” se uma empresa de porte médio, do Interior, pode ser líder nacional em sua área de atuação.
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